segunda-feira, 11 de julho de 2011




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Empresas nacionais querem ampliar parcerias no setor naval

Recife - Há uma forte movimentação de empresas brasileiras ligadas à indústria naval, entre estaleiros, empresas de contêineres e movimentação de cargas, entre outras áreas dessa cadeia, de tentar ampliar suas parcerias no País, inclusive para fazer frente à investida de empresas estrangeiras. É o que afirma o representante da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Pedro Pezzi. "Estamos vivendo um ciclo de desenvolvimento com oportunidades, o qual precisa ser aproveitado agora. Os espaços que a gente não ocupar, os investidores estrangeiros ocuparão. Estamos imbuídos de um sentimento de Brasil e não com a ideia de concorrência regional", garantiu ele.


Prova disso é que uma delegação vinda do Rio Grande do Sul com 41 empresários e autoridades públicas esteve em Pernambuco para definir os rumos do intercâmbio entre empresas gaúchas e locais na indústria naval. Com dois polos navais em franco desenvolvimento - os complexos de Suape (PE) e Rio Grande (RS) - os dois estados pretendem cooperar na criação de chances de negócios para suas empresas. 



De sua parte, o diretor do projeto Suape Global, Silvio Leimig, garantiu que existe complementariedade entre os dois polos navais, o que deve gerar oportunidades de negócios para ambos. Com cinco estaleiros, o Complexo de Rio Grande tem mais experiência no setor. Por isso, o que deve acontecer primeiro é a instalação de empresas gaúchas em Pernambuco.



Evento

O intercâmbio entre Rio Grande do Sul e Pernambuco faz parte do mencionado projeto Suape Global. Sua próxima etapa se dará em 18, 19 e 20 de outubro, no evento Pernambuco Petroleum Business, que reunirá pesquisadores e investidores do setor. Há outras novidades para os portos nordestinos. Executivos da Fiat anunciaram, semana passada, que pedirão o apoio da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para a fábrica que farão em Suape. Segundo o presidente da Sudene, Paulo Fontana, a proposta da Fiat é investir R$ 7,2 bilhões no projeto. Os investimentos iniciais no período de 2011 a 2014 abrangeriam a construção da fábrica, de centro de pesquisa, projeto e desenvolvimento de novos produtos e plataformas, além de treinamento.


Suape, a propósito, se prepara para um novo salto: espera-se que ali estejam sendo movimentadas 30 milhões de toneladas de carga/ano em 2013, quando se dará o início das operações de Abreu e Lima (refinaria da Petrobras em construção no local) e do escoamento de produção que será trazido ao complexo pela estrada de ferro Transnordestina.


Pecém

Outro porto que vem se destacando é o do Estado do Ceará, Pecém. O movimento de cargas ali expandiu-se 17% nos primeiros seis meses de 2011 em relação a igual período de 2010, quando foi registrado o fluxo de 1,173 milhão de toneladas. Antes disto, a dois anos atrás, haviam passado por ali só 698.656 toneladas.


Já no primeiro semestre deste ano, esse número quase dobrou, estimam especialistas do mercado. A perspectiva é que tenham sido atingidas 1,377 milhão de toneladas. Pecém é líder nacional na exportação de frutas (33% do total nacional) e calçados (também 33%) e vice-líder na de algodão (12% do total nacional). Neste último item só é superado por Suape, que concentra 38% das exportações de algodão brasileiras. Pecém já movimentou 1,3 milhão de toneladas em 2011 - um crescimento de 17% sobre o mesmo período do ano passado.


Outros complexos portuários nordestinos também vêm se destacando. Estima-se que, quando ficar pronta, a refinaria Premium I - em Bacabeira (MA) - deverá dobrar a movimentação de navios no porto de Itaqui. Também Pecém se beneficiará com uma refinaria: ainda em 2011 se iniciará a construção da Premium II no complexo, a qual tem previsão de começar a operar em 2017.


Necessidade

E semana passada o consultor da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayed, afirmou a necessidade de se ampliar a capacidade dos portos brasileiros em 70 milhões de toneladas até 2020 só para o agronegócio, o que equivale a 10% do trânsito de mercadorias em 2010 nos portos nacionais.

Em 2010, disse ele, o agronegócio exportou R$ 63 bilhões. Fayed destacou também que, há 50 anos, o Brasil era importador de alimentos e hoje é o 2º maior fornecedor do mercado internacional destes produtos, atrás apenas dos EUA. "Deveremos superar os Estados Unidos em um horizonte de cinco a dez anos, porque eles já não têm mais fronteira agrícola a ocupar, ao contrário do Brasil", disse ele.

5.981Portos

A Secretaria Nacional de Portos deverá publicar até o fim desta semana editais para a continuidade das obras de melhoria de infraestrutura nos sete principais portos do País. O objetivo é investir R$ 740 milhões até o final de 2013, quando as obras deverão estar concluídas. De acordo com o ministro Leônidas Cristino, serão feitas obras de dragagem nos portos para permitir a ancoragem de grandes embarcações, que precisam entre 12 e 15 metros de profundidade. "Só depois de feita a dragagem é possível melhorar as condições dos terminais de passageiros nos portos", disse em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social em parceria com a EBC Serviços.

A Secretaria Nacional dos Portos implementou o Plano Nacional de Logística Portuária, para atender à demanda durante os megaeventos esportivos que vão acontecer no País, nos próximos anos. O ministro destacou que "o País precisa sempre melhorar os portos.