domingo, 2 de janeiro de 2011

Governar com obsessão por Pernambuco

Eduardo Campos tomou posse com a promessa de aproximar o governo dos que ´mais precisam`




Recebido por cablocos de lança e ao som de Asa Branca, de Luiz Gonzaga, o governador Eduardo Campos (PSB) tomou posse pela segunda vez, neste sábado, no plenário da Assembleia Legislativa. Levou consigo o peso de 3,4 milhões de votos e a promessa de ´consolidar o ciclo de desenvolvimento jamais visto em Pernambuco`. Eram pouco mais de 10h quando ele, diante de um plenário lotado, rubricou o documento que deu início, oficialmente, ao seu segundo mandato. Nas palavras, um tom de desafio a si mesmo e aos que integrarão seu novo governo. ´A vitória é desafiadora e nos confere um modelo de gestão inovador que prestigia o estado do fazer, aproximando-o dos que mais precisam`, discursou.

A cerimônia de posse ocorreu de forma rápida e com simplicidade. Não houve a mesma comoção de 2006, quando o socialista recebeu o governo das mãos de Mendonça Filho (DEM) e foi recepcionado por uma multidão em frente ao Palácio do Campo das Princesas. Mas o governador ficou visivelmente emocionado na Assembleia, diante de políticos, familiares e amigos. Chegou a embargar a voz e ficar com os olhos cheios de lágrimas ao fazer os agradecimentos pela sua reeleição, destacando especialmente o apoio da família.

Como há quatro anos, Eduardo Campos fez um discurso marcado por versos de pessoas importantes na sua vida, como o ex-governador Miguel Arraes e seu pai, o escritor Maximiano Campos. ´Meu pai costumava citar a sentença de Miguel Unamuno, o eterno reitor de Salamanca, segundo o qual 'coerência é o outro nome da verdade'`, destacou.

Herdeiro político de Arraes, Eduardo Campos não deixou de lembrar o avô. No discurso, fez questão de citar uma frase do socialista dita no passado, mas que continua atual. ´Nós não temos os olhos presos ao passado. (...) Guardamos dele aquilo que nos ajuda a ampliar as nossas perspectivas, todas elas projetadas no futuro. E o futuro, para o brasileiro atual, para o pernambucano, é logo depois de agora, é cada dia que amanhece`.

O governador também resgatouuma frase dita por ele mesmo em 1º de janeiro de 2007, na Assembleia Legislativa, no início do primeiro mandato. ´Assumimos a tarefa de escrever com serenidade e determinação uma história diferente, que inaugure um novo tempo no qual os que sempre perderam possam por fim ganhar`.

Num discurso de 11 páginas, Eduardo fez um balanço da gestão passada e assumiu os compromissos para o futuro, sem esquecer de agradecer ao presidente Luiz Inácio Lula a Silva, ´um fiel aliado`, e de garantir o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT). ´Tiramos Pernambuco do pódio do desemprego, da violência e dos piores indicadores sociais. Recuperamos o direito de Pernambuco ter futuro`, frisou.
O socialista disse ainda que ´seria obsessivo` em governar, e em deixar heranças positivas. Ele citou, por exemplo, que dará prioridade a projetos estruturadores, como a Refinaria Abreu e Lima, à melhoria da qualidade da educação e à qualificação profissional. ´Como disse Gilberto Freyre, há um novo país à vista. (...) E digo com a emoção, coma vibração que esse momento provoca: 'eu ouço as vozes, eu vejo as cores, eu sinto os passos de outro Pernambuco que vem aí. Mais justo, mais equilibrado, mais brasileiro'`.

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